A história é narrada por Rodrigo S.M. Este, em momentos se compadece com a história de sua personagem, em outros odeia-a.
Macabéa é uma nordestina, alagoana, que vai morar com a tia após a morte de sua mãe.
Aos dezenove anos sua tia morre e ela vai morar numa pensão com outras quatros meninas, que trabalham nas Lojas Americanas. Para ter um pouquinho de dinheiro, sobrevive a base de cachorro-quente.
Macabéa se diz datilógrafa, mas é despedida por errar muito ao datilografar e por "emporcalhar" os documentos do escritório.
Num dia de chuva, Macabéa conhece Olímpico de Jesus, que se apresenta como "Olímpico de Jesus Moreira Chaves, metalúrgico, paraibano". Inicia-se então, um namoro mudo.
Macabéa não sabia falar, ou melhor, não sabia utilizar as palavras. Gostava de escutar a Rádio Relógio, pois os locutores sempre diziam palavras difíceis, que ela aprendia, mas nunca sabia como usá-las.
Olímpico de Jesus, embora se "mostrasse" superior, era dotado das mesmas faculdades linguísticas que ela, ou seja, também não sabia como utilizar as palavras.
Olímpico conhece Glória, colega de trabalho de Macabéa, que se julgava bonita e sensual. Iniciam um namoro e ele, termina com Macabéa.
Glória tirou tudo o que Macabéa conquistou: o emprego e o namorado.
Num momento de tristeza e desilusão, Macabéa pinta os lábios de vermelho, na esperança de se parecer com Marilyn Monroe. Uma tentativa inútil e gozada por Glória.
Glória convida Macabéa para um lanche em sua casa, pois quer esclarecer as coisas.
Quando Macabéa chega, Glória percebe que ela não está bem e sugere que ela vá ao médico.
Macabéa segue o conselho de Glória e é diagnosticada com tuberculose.
Glória então sugere que ela procure uma cartomante, para saber o seu futuro e se terá algum amor verdadeiro.
Mais uma vez Macabéa segue os conselhos de Glória e procura a cartomante. Ao chegar, a cartomante percebe a tristeza nos ollhos da menina e mente para ela, dizendo que ela será feliz e conhecerá seu príncipe encantado.
Macabéa sai da casa da cartomante feliz e é atropelada por um Mercedes Benz ouro. Macabéa vomita um pouco de sangue, mas deseja vomitar uma estrela de mil pontas, pois neste momento ela conhece o seu príncipe, embora o encontro seja interrompido pela morte.
Chega-se assim a sua hora, a hora da estrela.
"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de SENTIR, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca." (Clarice Lispector)
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Complexa
Um dia desses, numa rede social, uma pessoa me disse que "Clarice Lispector é muito complexa e sempre será uma incognita para o mundo."
Pensei muito no que essa pessoa me disse. Muitas pessoas, estudiosos renomados e especializados nas obras clariceana já disseram isso, mas o que mais me chamou a atenção, foi um leigo falar em complexidade.
É claro que estudar Lispector não é fácil, mas o que me impressionou - e impressiona sempre - é que pessoas que nunca leram Clarice Lispector, se limitam em propagar um conceito comum.
"Clarice era depressiva"; "estudá-la é coisa de maluco"; "ela era louca"; "mal amada"; e por aí vão as frases feitas e o senso comum.
Poxa vida, será que dá pra tentar - pelo menos - ler "A hora da estrela" antes de esteriotipá-la?!?!?
As obras de Lispector são introspectivas, cheias de simbologias, metafóricas, cotidianas e mais um leque infinito de características. Não é uma leitura fácil, ao contrário, chegam a ser maçantes em determinados momentos, mas retratam a alma humana.
Ninguém conseguiu desvendar a alma humana e seus mistérios tão bem quanto ela. E o ser humano é um ser complexo, portanto suas obras não poderiam ser menos complexas que a complexidade do homem!!!
Pensei muito no que essa pessoa me disse. Muitas pessoas, estudiosos renomados e especializados nas obras clariceana já disseram isso, mas o que mais me chamou a atenção, foi um leigo falar em complexidade.
É claro que estudar Lispector não é fácil, mas o que me impressionou - e impressiona sempre - é que pessoas que nunca leram Clarice Lispector, se limitam em propagar um conceito comum.
"Clarice era depressiva"; "estudá-la é coisa de maluco"; "ela era louca"; "mal amada"; e por aí vão as frases feitas e o senso comum.
Poxa vida, será que dá pra tentar - pelo menos - ler "A hora da estrela" antes de esteriotipá-la?!?!?
As obras de Lispector são introspectivas, cheias de simbologias, metafóricas, cotidianas e mais um leque infinito de características. Não é uma leitura fácil, ao contrário, chegam a ser maçantes em determinados momentos, mas retratam a alma humana.
Ninguém conseguiu desvendar a alma humana e seus mistérios tão bem quanto ela. E o ser humano é um ser complexo, portanto suas obras não poderiam ser menos complexas que a complexidade do homem!!!
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